Obrigada Murilo e Pamella pela reflexão! Achei muito importante cada observação apontada, sigamos sensíveis e atentas/os a esse processo de construção de saberes. Deixo aqui minha contribuição. (Feliz demais pelos encontros, vibro no coletivo!)
flecha provocação
atira
coração de poeta na mira
verborrágica me ponho a sangrar
acende fogueira poesia
sobre as cinzas
de ser e estar
re-nascente fonte
me vejo ilha até que ponte
palavratório
vem atravessar
angústia
cresce raiz
no estreito perigoso
do radical da palavra
dita, para não encurralar
ouvidos pelo corpo todo a escutar
palavra gringa ganha forma
dança linha de memória
que repete na história
a se negociar
retiro da mesa verde-amarela
a proposta de me calar
entro muda, saio poetisa
bandeira branca, amor
é hora de se agitar
ajeito na cadeira
a vondade de dançar
organizo na carteira
esmola a se contar
não vou deixar
não vou deixar
não vou deixar
de falar
arte me invade o peito
bagunça tudo, pelo avesso
ocupa casa, faz leito
pra o que preciso matar
– aqui jaz existência
rio a se re-correr
mergulhar
para que
corpo palavra
renasça
num último primeiro suspiro
até esvaziar